O Precipício do Erro e a Queda na Desilusão

Corre o risco de tudo ruir com um simples erro, um movimento equivocado, uma inverdade. O perigo de mergulhar em desilusão é real.

Qual o erro em meu sentir?
Diga-me, eu imploro
Já não devo mais te buscar
Deveria te apagar da memória
Entretanto, a verdade é clara
Aqui me encontro a redigir
Sem encontrar razão alguma
Quanto mais tento te perder
Mais te encontro em meu ser
Recuso este salvamento
Não quero, de fato não quero!
Qual o erro em meu sentir?
Engano-me com falsidades
Padeço com a realidade
Me firo de toda maneira
Com ou sem tua presença
Que pena é esta?
Que parece eterna
Clamo por ti
Auxilie-me, por favor!
Não desejo mais padecer
Teu silêncio me provoca
Tua presença me repele
Qual o erro em meu sentir?
Ontem, éramos um só
Alegres nas ilusões
Hoje és um desconhecido que temo
Na cruel verdade
Não suporto teu desdém
Não me ignores assim
Sem ti tenho o universo
Mas me sinto vazio
Qual o erro em meu sentir?
Qual o erro em meu sentir?

Duas cabras saltitavam contentes pelas rochas, no ponto mais alto de um vale serrano. Acontece que um abismo as separava, com um rio volumoso ao fundo, que vinha das montanhas.

Um tronco de árvore tombada era a única e fina passagem para ir de uma margem à outra do precipício, tão estreito que nem dois esquilinhos podiam atravessá-lo juntos em segurança.

Esse caminho frágil e perigoso intimidaria até o mais corajoso aventureiro que tentasse passar, exceto por essas cabras.

O orgulho de cada uma não lhes permitia ficar frente a frente sem que isso fosse visto como um desafio aos seus territórios, ainda que estivessem divididas pela profunda fenda.

Assim, decidiram ao mesmo tempo cruzar a passagem estreita para confrontarem-se, com o intuito de definir qual delas deveria reinar naquele lugar. E, no meio do caminho, se encontraram e iniciaram um combate com seus chifres robustos.

Obstinadas em impor sua vontade de dominação, nenhuma mostrava sinal de ceder espaço à rival. Dessa forma, não demorou para que ambas caíssem no abismo e fossem levadas pela correnteza impetuosa do rio.

Moral da História:
É mais sábio renunciar ao orgulho do que atrair para si o infortúnio por causa da obstinação.

Quando os olhares se desencontram e o tempo não nos devolve quem amamos, tudo é posto em dúvida e o mundo parece rumar para o precipício. De repente, ficam as lembranças, um romance interrompido, e as dores latentes do adeus. O que nos aconteceu afinal? Por que seguimos para este desfecho?

Acreditávamos ser invencíveis, pensamos dominar o amor, mesmo à distância. Menosprezamos a falta que faz o outro e foi ela quem nos desgastou aos poucos. As conversas ao telefone se tornaram raras e nossas vidas, cada vez mais solitárias. E ao nos reencontrarmos, a sensação era de que nada permanecia igual.

Essa distância que nos afastou, arrastou consigo o que nos conectava. Mas fomos nós que permitimos, fomos nós que não impedimos a queda de um amor que levou tanto para ser edificado. E é por isso que agora sentimos dor e desistimos de tentar. Enquanto essa distância continuar a existir, não podemos jurar um amor eterno.

Eu estava errado com você. Não há outra maneira de começar esta carta do que admitir que cometi um grande erro... Dito isso, o que mais quero é me redimir do meu erro. Você sabe quantas coisas boas já fiz por nós dois, sabe que posso ser melhor do que era quando cometi aquele erro. Me dê uma chance, apenas uma chance de provar que um deslize não define quem eu sou, que não pode matar o amor que estamos cultivando aqui. Sim, talvez eu mereça ser punido por você, mas também sei que mereço um pouco de consideração... Por favor, o que peço é que me perdoe, que possamos nos reconciliar e continuar de onde paramos. Eu prometo por tudo o que há de mais sagrado que nunca, em nenhuma circunstância, isso acontecerá novamente. Eu realmente espero que você abra seu coração para a possibilidade de me perdoar e permitir que continuemos de mãos dadas, que é a única maneira possível de um casal seguir em frente em seu relacionamento. Me perdoa!

A Desilusão se Aninha no Berço da Ilusão Injusta
A desilusão se instala no momento em que depositamos expectativas em quem não vale a pena de nossa atenção.