Muitas críticas

“Amiga, você está doida para comprar um celular desses. Eu nunca pagaria esse valor em um celular. Dá pra comprar tanta coisa melhor!”

A frase acima não se refere apenas ao celular, mas a qualquer bem material que a outra pessoa possa obter. Às vezes as pessoas não entendem que aquilo é um sonho e que deu muito trabalho para alcançá-lo. A amiga deveria ficar feliz com a conquista, não criticar o preço de compra. Pode apostar que meses depois ela vai aparecer com um objeto igual ou parecido ao seu, além de dar uma desculpa esfarrapada sobre o assunto.

Não me abalam as críticas ou os julgamentos alheios. Sou eu quem arca com as consequências das minhas escolhas de vida. Tracei meu próprio caminho e assumo o custo de cada escolha, dia após dia.

Não me desculpo por minhas atitudes, pois, se pudesse, repetiria cada uma delas. Planejei com cuidado cada passo que dei, e até os desvios me ensinaram a caminhar com mais firmeza.

Admito que houve momentos de medo e incerteza, mas sempre tive a certeza de que a responsabilidade pela minha vida era somente minha. Nas vezes em que tropecei, recobrei forças para me levantar sem ajuda.

Sim, me perdi algumas vezes, me perdi por amores, me deixei levar por ilusões, vivi lágrimas e sorrisos, e por instantes, pensei ter conquistado a felicidade. Contudo, logo entendi que a felicidade é fugidia, sempre escapando para nos motivar a perseguí-la incansavelmente.

Muitas pessoas se iludem pensando que o sucesso está ligado apenas à sorte ou a quem herda o triunfo anterior da família. Muitas vezes esses sentimentos podem estar relacionados ao acréscimo de alguma dificuldade para justificar a falta de esforço para alcançar bons resultados.

Não adianta ter em suas mãos a fortuna de todas as empresas de sucesso do mundo se você não colocar dedicação e esforço. Como diz uma das leis da Física, nenhum objeto pode se mover se ficar parado, é necessário exercer uma força sobre ele para que haja movimento.

O mesmo vale para a vida, não podemos nos enganar pensando que a sorte pode bater a qualquer momento, e só então ela nos levará ao tão esperado sucesso. O acaso muitas vezes pode até ajudar, mas com certeza só chega para quem já persiste na luta para alcançar bons resultados.

Ao longo do nosso cotidiano, cruzamos caminhos com inúmeras almas, conhecidas ou não, e raramente estabelecemos laços interpessoais com a maioria. Nossas vidas estão repletas de desafios, seja em casa ou no trabalho, e poucos dispõem de tempo para escutar quem está ao redor.

Somos seres tão singulares que, muitas vezes, negligenciamos a relevância do diálogo com as diversas pessoas que nos cercam, simplesmente porque priorizamos nossa própria existência em detrimento da dos outros.

Crescentemente, vinculamos a felicidade ao contentamento individual, desconsiderando os muitos indivíduos ao nosso redor que, por vezes, só precisam ouvir um sincero "bom dia" para se sentirem valorizados.

A indiferença é uma das dores mais agudas; já se imaginou vivendo rodeado de gente, mas sem receber um único cumprimento? Inúmeras pessoas enfrentam essa realidade diariamente, tornando-se invisíveis para a sociedade, já que uma simples conversa não parece render ganhos materiais a quem se dispõe a oferecer um momento de atenção.

Não sejamos alheios às pessoas que nos envolvem, muitas vezes um simples gesto de cordialidade é o que falta para alguém encontrar forças para continuar.

Descobrimos que, mesmo diante do mais complexo dos problemas, há sempre um caminho a seguir. Percebemos que não adianta evitar os obstáculos; cedo ou tarde, teremos de remover as barreiras para continuar nossa jornada.

Reconhecemos que é inútil se angustiar com eventos que, muitas vezes, são ilusões da nossa imaginação. Compreendemos que verdadeiros heróis são aqueles que fizeram o necessário e aceitaram as consequências de suas escolhas.

Entendemos que amar não é depositar nas mãos de outrem a chave da nossa felicidade. A nós incumbe a missão de investir em nossos dons e concretizar nossas aspirações. Descobrimos que o que realmente importa não é o que possuímos, mas sim as pessoas que temos ao nosso lado. E que os melhores familiares muitas vezes são os amigos que selecionamos.

Aceitamos que aqueles a quem mais estimamos podem, por vezes, nos machucar. E pode ser que não nos amem na medida de nossos desejos, o que não quer dizer que não nos amem intensamente; talvez seja tudo o que são capazes de oferecer. Aprendemos que o tempo é valioso e irreversível. Assim sendo, não compensa reviver o passado. O que realmente vale é edificar o futuro. Um futuro que ainda nos aguarda!

Na juventude, construímos castelos no ar e pintamos realidades que, muitas vezes, não se concretizam. Com a passagem do tempo, entendemos que a vida raramente corresponde às nossas expectativas, e isso pode nos levar à tristeza e ao desânimo.

Contudo, mesmo que a existência não se desdobre como imaginávamos, é importante refletir que talvez esteja se moldando exatamente como deveria. Frequentemente, os desvios de rota são para nosso próprio benefício.

Observe com carinho os detalhes da sua trajetória e reconheça as belezas que ela possui. O desafio é que, muitas vezes, nosso olhar se fixa no que é negativo ou no que não se realizou. Cultive gratidão pelo que possui, pelas vitórias alcançadas e obstáculos superados, e perceberá uma sensação maior de felicidade.