Identidade e Destino: Reflexões de Paulo Bonfim

Ninguém tem culpa
daquilo que não fomos.
Não ouve erros.
Nem cálculos falhados.
Sobre a estipe de papel;
Apenas não somos os calculistas.
Porem os calculados.
Não somos os desenhistas.
Mas os desenhados.
E muito menos escrevemos versos.
E sim somos escritos.
Ninguém é culpado de nada.
Neste estranhar constante.
Ao longe uma chuva fina.
Molha aquilo que não fomos...


(Paulo Bonfim)

É fácil pensar que o amanhã será apenas um replay do hoje e do ontem. Contudo, se formos observadores, reconheceremos que cada dia é singular. Toda alvorada nos entrega um presente oculto; um presente exclusivo para aquele dia, que não podemos estocar ou desperdiçar.
Se não aproveitarmos esse presente hoje, ele se perderá.
Esse milagre mora nos pequenos detalhes do dia a dia; é essencial vivermos cada instante, pois é nele que encontramos soluções para nossos dilemas, o contentamento dos momentos felizes, e as direções acertadas para as escolhas que faremos.
Nunca podemos permitir que os dias se tornem cópias uns dos outros, pois cada um é distinto, e estamos sempre em processo de transformação.

"Paulo Coelho

Deveria ter vivido mais intensamente
Derramado mais lágrimas
Presenciado mais amanheceres
Deveria ter me jogado nas chances
E até falhado mais
Realizado meus desejos profundos...

Desejei compreender
As pessoas em sua essência
Cada um carrega sua felicidade
E a dor que guarda no peito...

O destino há de me cuidar
Enquanto eu caminhar sem perceber
O destino há de me cuidar
Enquanto eu seguir meu caminho...

Deveria ter simplificado a vida
Dedicado menos ao labor
Contemplado mais crepúsculos
Deveria ter me preocupado menos
Com as trivialidades
Vivido um amor até o fim...

Queria ter aceitado
A existência como ela se apresenta
A cada um é dado momentos de júbilo
E a tristeza que porventura chegar...

O destino há de me cuidar
Enquanto eu caminhar sem perceber
O destino há de me cuidar
Enquanto eu seguir meu caminho...

Deveria ter simplificado a vida
Dedicado menos ao labor
Contemplado mais crepúsculos

A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice. O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou para mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa pra minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida, unicamente o sabor da minha vida. Acho que eu consegui fazê-lo; vivi num mundo de homens guardando em mim o melhor da minha feminilidade. Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.

(Simone de Beauvoir)

O que te torna único, te torna notável. Mesmo que não compreendam suas decisões ou quem você é, nunca se sinta menos, nem ache que está no caminho errado.

Sua essência tem um brilho próprio, que não precisa eclipsar o alheio para se destacar. Sinta orgulho de sua identidade, deleite-se na existência que escolheu viver.

Será você a desfrutar os resultados de suas escolhas, portanto, siga com coragem na trilha que deseja trilhar. Tenha um ótimo dia!

Se algo a vida nos ensina é que ela não para. Enquanto respiramos, resta esperança - o segredo é não ficar parado ou perder o ânimo. Quando tudo parecer complexo e incerto, se estiver em dúvida sobre qual caminho tomar, faça uma pausa, respire fundo e medite, e só então prossiga com sua jornada.

Caminhar sem destino pode ser libertador, mas por vezes significa ter de retornar ao começo ou enfrentar obstáculos desnecessários. Aventurar-se é vital, mas vagar sem rumo pela vida toda não é sábio, pois nossas ações têm repercussões.

Cada passo e decisão que tomamos carrega consequências. Somos responsáveis por nossas ações e devemos estar prontos para assumi-las. No entanto, temos o direito de falhar. Falhamos ao perseguir sonhos, ao arriscar para torná-los realidade, ou simplesmente por desatenção. Frente ao erro, é essencial reavaliar nossas escolhas, mas sem exagerar o peso dos acontecimentos. A vida segue, e até que o fim nos encontre, ela continuará. O que não podemos é permitir que ela nos atropele.