A Doce Melancolia da Saudade

Descobri com os anos que a saudade é um sentimento tão essencial quanto o ato de respirar. Que a saudade surge ao inalar um cheiro que evoca uma lembrança adormecida. Que a saudade bate quando se cruza com um local esquecido no tempo, ao olhar para uma fotografia antiga ou ao ouvir uma melodia de outrora.

É assim que acontece comigo, e é assim que sinto falta de pessoas que se perderam nas dobras das minhas recordações, de uma infância que já não existe, de amores e amizades que ficaram para trás. Sinto falta dos sonhos que um dia embalei, das tradições que deixei de lado, da pureza que se desvaneceu.

Sinto saudades porque é permitido, porque sou humana, porque estou viva. Sinto saudades de tantas coisas, e essa emoção aquece minha alma, pois é sinal de um passado que valeu a pena. Mas, apesar de toda a saudade que possa ter do que foi, meu coração se inclina ainda mais para o que está por vir!

Apenas quem já se entregou ao amor compreende,
Apenas quem se dedica sente o verdadeiro conhecer
Da saudade que pulsa forte e incessante
Em um peito que de esfriar não sabe o que é.

Falta o calor de um abraço apertado,
Um beijo demorado, um olhar que diz tudo,
Duas almas dividindo o mesmo ar,
E o tempo que parece congelar.

Saudade é o sabor agridoce da vida,
É desejar o que não se pode ter,
Aceitar o espaço que nos separa,
E encontrar felicidade ao relembrar quem se ama.

Ela fere, mas no final é redentora,
Causa dor, mas cimenta o que é verdadeiro.
Saudade é não conseguir deixar para trás,
É estar distante, mas próximo em sentimento.

Sinto Saudade, sei bem o que é.
Saudade é perceber seu aroma
Pelas vias, e desesperar-me à sua busca.
É ouvir as canções que eram nossas
Segurando as lágrimas que querem vir.
Recordar os instantes compartilhados
E enfatizar a alegria que me trouxe,
E como era maravilhoso
Contemplar ao meu lado esse seu olhar,
Que me convidava: vem cá me beijar.
Saudade é vasculhar nos parques
Teu sorriso, e não achar.
É deitar-se à noite
E te imaginar.
Rememorar seu rosto e me emocionar.
Saudade, afinal,
É parar um instante
E reconhecer o quanto desejo te amar!

Num silêncio profundo,
Minha mente te persegue,
O relógio para em seu curso,
E melodias nutrem o espírito.
A falta que você faz
Assume o controle sobre mim.
Os astros me hipnotizam
Tal qual o brilho do teu olhar.
Esforço-me para ser resiliente,
Aguentando a ausência
E contendo as lágrimas,
Porém, é em vão
Pois a noite se alia à saudade
E juntas elas triunfam
E me fazem capitular.
A saudade me aprisiona
E as lágrimas desafiam minha vontade,
Nada me permite te esquecer
Nem distrações me enganam
Cada movimento,
Cada expressão,
Lá está você...
Minha essência parece atada à tua,
Pois já tentei incontáveis formas
De enfrentar essa saudade
Mas ela sempre me supera...
É mais poderosa que minha força de vontade
É mais vasta que meus limites
É uma
Saudade Incombatível.

Sinto o gosto salgado das lágrimas que deslizam pelo meu rosto a cada despertar, nas pausas para alimentar-me, e antes de mergulhar no sono. A ausência é um vazio, pai, sem sua presença. Vivo dia após dia com esforço, buscando direção, um novo jeito de enfrentar a existência.

Tudo é melancolia, tudo é pesar, vivo com uma saudade que não conhece barreiras e um anseio voraz de lhe envolver em um abraço, de retroceder no tempo e dizer "eu te amo!", de segurar sua mão e explorar o mundo a seu lado.

Retorne, papai, por favor, volte para mim, pois anseio por dissipar essa saudade que me consome.

Sinto o gosto salgado das lágrimas que deslizam pelo meu rosto a cada despertar, nas pausas para alimentar-me, e antes de mergulhar no sono. A ausência é um vazio, pai, sem sua presença. Vivo dia após dia com esforço, buscando direção, um novo jeito de enfrentar a existência.

Tudo é melancolia, tudo é pesar, vivo com uma saudade que não conhece barreiras e um anseio voraz de lhe envolver em um abraço, de retroceder no tempo e dizer "eu te amo!", de segurar sua mão e explorar o mundo a seu lado.

Retorne, papai, por favor, volte para mim, pois anseio por dissipar essa saudade que me consome.