A Cura para um Coração Partido: Reflexões de Uma Alma Ferida

O sofrimento do peito não cessa,
e a luta para conter as lágrimas,
ou a busca incessante pelo sorriso perdido,
de uma época em que amar era livre
e não amar era uma escolha.
Hei de sarar esta angústia que
pesa na essência e se espalha
pelo coração; essa dor sem fim
que fere por dentro e faz brotar
dos meus olhos um oceano inteiro
de prantos amargos e salgados.

Hei de aliviar essa dor que invade
meus pensamentos, que consome
minha alma até o último suspiro.
Pode ser a dor de um amor puro
ou talvez não, ainda estou em busca
da resposta.

Cada contratempo encontra seu fim;
ainda que leve tempo, há cura sim!

Um califa, acometido por enfermidade fatal, jazia sobre finos leitos de seda. Os sábios raquins, doutores de sua terra, reunidos em seu entorno, unânimes decidiram: somente um objeto traria cura e redenção ao califa - a camisa de um ser repleto de felicidade.

Legiões de mensageiros foram despachadas, vasculhando cada canto da cidade, cada aldeia, cada humilde moradia, à procura de alguém que transbordasse alegria. Todavia, cada alma abordada revelava apenas mágoas e aflições.

Quando já quase perdiam a esperança, os mensageiros depararam-se com um pastor, cujo riso e canto ecoavam enquanto vigiava suas ovelhas.

Era ele a personificação da felicidade?

"Não consigo pensar em alguém mais contente do que eu", exclamou o pastor, entre gargalhadas.

"Então, nos entregue tua camisa", suplicaram os mensageiros.

Mas o pastor respondeu: "Não possuo tal peça de roupa!".

Essa revelação tocante, de que o único homem feliz descoberto não tinha uma camisa, fez o califa refletir profundamente.

Por três dias e noites, ele se isolou de todos.

E ao amanhecer do quarto dia, ordenou que suas almofadas de seda e joias fossem compartilhadas com o povo. E, segundo reza a lenda, desde então o califa recuperou sua saúde e encontrou a verdadeira felicidade.

Quer seja um desgosto no amor
ou a mais intensa das aflições,
o tempo é remédio para sarar
toda mágoa que pesa nos corações.

Quando nosso romance se desfez, imaginei que o sentimento se dissiparia junto, mas me enganei profundamente. Desde que nossos caminhos se dividiram, vivo um lamento constante, como se arrancassem meu coração.

Sua ausência é física, mas sua essência nunca esteve tão impregnada em mim. Você habita cada canto da minha existência: nos sonhos que me visitam, nos pesadelos que me assombram, nas incessantes reflexões e nas lágrimas que escapam, até nos sorrisos que por vezes florescem...

Vejo seu reflexo em cada rosto que passa, e a razão é clara: ainda nutro esse amor por você, e aos poucos, me vejo perdendo-me nesses profundos versos amor.

Sinto-me perdida e
Desorientada sobre o que fazer.
Carrego uma dor e
Não encontro alguém para ouvir.
Lágrimas caem,
Sem entender o motivo sequer.
Nutro este amor,
Sem poder me declarar.