Pétalas, Ciclos e Existência: A Perenidade da Natureza

As pétalas vão se abrir em cores vibrantes
e os ciclos do sol, do amanhecer ao crepúsculo,
a correnteza dos rios que abriga os peixes,
incessante, e a brisa que guia as andorinhas
e os pássaros pelo céu; as vias sempre
percorridas por passos apressados e o fruto
da videira que, prensado, oferece o vinho
aos que anseiam saborear a existência
no almoço e no jantar;
as pétalas continuarão a se abrir
mesmo após seu último suspiro, mesmo
quando lágrimas marcarem a despedida
daqueles que partem sem adeus;
daqueles que se vão antes do tempo.

E os rios, os mares, o sopro do vento, as vias
e as uvas, tudo persiste suavemente mesmo
quando este mundo você eventualmente deixar.

POEMAS RELACIONADOS

Adorando em Silêncio, Natureza e Estrelas

Adoro o silêncio,
pois nele ouço ecos de sua voz.
Adoro a natureza,
pois cada flor reflete seu rosto.
Adoro a solidão,
pois ela me faz sentir mais perto de ti.
Adoro recordar,
pois cada memória me traz seu sorriso de volta.
Adoro contemplar as estrelas,
pois nelas vejo o brilho dos seus olhos.
Adoro cada dia que vivo,
pois você é o sentido da minha existência!

Desabrochar da Sensibilidade: Aprendendo com a Natureza

A natureza, em seu esplendor de cores e formas, nos presenteia com seu amor incondicional a cada dia. Em cada pétala que se abre, sentimos o carinho de um beijo matutino. Observamos, mas nem sempre valorizamos o que uma simples roseira deseja nos entregar. A contemplamos e reconhecemos sua beleza.

No entanto, "belo" é uma palavra modesta diante da riqueza que as plantas têm a nos ensinar. Costumeiramente, olhamos para as coisas pelo prisma da praticidade, percebendo a função de uma roseira em nos dar rosas, ou de um lírio em nos presentear com lírios. E assim, com a mesma simplicidade, interpretamos a intencionalidade nas ações alheias para conosco.

Quando nos detemos diante de uma flor, frequentemente a imaginamos adornando nosso jardim externo. Mas por que não a visualizamos embelezando o jardim de nossa alma, e ao sentir o impulso, trazê-la à consciência e apreciá-la como se fosse a primeira vez?

Flor, encanto.
Flor, inspiração.
Flor, felicidade.

Enxergue sua existência como uma flor. Dedique-se a observá-la e a admirá-la constantemente, para que você possa encontrá-la e resgatá-la sempre. Sempre que os caminhos se entrelaçarem, sempre que as trilhas se perderem para você. Não existe dor maior do que a solidão de não possuir dentro de si a sensibilidade para apreciar uma flor.

Flor.
Permita que uma desabroche dentro de você.
Harmonia.

Espinhos e Belezas da Existência

Tal qual a flor de pétalas delicadas ostenta seus espinhos,
nossa trajetória é recheada de desafios interessantes.
Contudo, isso jamais deve nos frear
de contemplar o encanto que a vida nos oferece.

Ode à Única Flor do Meu Jardim

Flor, maravilha de esplendor sem fim,
De doce fragrância e constante vigor.
Flor cor-de-rosa,
Flor rubra,
Flor alva,
Flor de todas as espécies.
Cada uma mais perfeita que a outra,
Porém no meu universo, existe somente uma.
É ela a mais perfeita das flores,
Com seu cheiro único e suas pétalas,
Que são o encanto do mundo,
Seu fulgor ilumina meu existir,
Sua tonalidade é arrebatadora.
Se neste planeta houvesse
Mais flores como ela, mesmo assim,
Continuaria sendo ela, a mais perfeita...
Pois seu semblante, é o manancial,
A fonte da perfeição feminina eterna.
Por onde ela caminha desperta desejo,
Atrai olhares,
É assombrosa tua formosura,
A ponto de enlouquecer-me...
Só ao ver-te, e não tocar-te, perco a razão
Minha flor!
Seu nome, é puro e ainda mais belo,
Pois foi forjado com sapiência,
Atributos que outras flores raramente possuem.
Minha flor!
Seu nome é o símbolo do amor em meu coração,
Da vastidão abissal do meu ser,
Do desejo mais puro e inocente, o amor,
Minha flor!

Contemplação do Jardim Alheio Eternamente Verde

Passo meus dias a contemplar um jardim alheio. Observo a relva, perenemente verde, ainda que as folhas rubras do outono desçam suavemente. Não interessa a paleta do jardim, o gramado mantém seu viço. Na primavera, as flores irrompem em júbilo para os transeuntes, no estio o brilho solar tudo ilumina e embeleza, e, até no inverno, os dias frios não conseguem ofuscar a relva. Quando a melancolia me abate, aproximo-me da janela e fito aquele jardim. Questiono-me se naquela morada desconhecem a tristeza. Pergunto-me se jamais esquecem de irrigar o gramado.

No jardim que não me pertence, onde o gramado é eternamente verde, borboletas dançam. Elas são um espetáculo constante. Exibem-se em um caleidoscópio de cores, por vezes se confundindo com as pétalas azuis ao redor. Ali também há frutos, inúmeros, verdes e maduros. Por vezes, a frustração me toma quando alguns frutos tombam e se decompõem sem que ninguém os recolha. Contudo, logo me recordo dos pássaros que os bicam e vejo os restos se integrarem à terra.

Aquele jardim vibrante não me pertence. Naquele espaço há cor, há vida, há movimento. E o gramado é sempre verde. Meu jardim é um recanto solitário e frio, um pequeno jardim de inverno. Sem cultivar a grama verde, as flores, nem atrair as borboletas, admiro à distância a melodia dos pássaros.